Educação

6/8/2006
Educação
Educação nova e a tradicional

nos meus tempos de grupo escolar, o que mais me intrigava era a forma como os professores tratavam as crianças.Existiam dois grupos de crianças: Os Filhos da elite local e os outros. O grupo majoritário do qual eu fazia parte, a educação era por demais rígida.Não podía-mos abrir a boca, a menos que fôsse-mos solicitados.Ficávamos todos enfileirados em nossas carteiras, por quase 6 horas. Dúvidas? Pra que! Não nos era dado esse direito. No recreio era uma maravilha porque só nessa hora brincávamos todos juntos,pois os privilegiados não podiam brincar sozinhos e precisavam da gente para servir-mos de divertimento para eles.Eram crianças, que por serem muito elétricas, eu imaginava que elas fossem muito inteligentes, pois a nós, não era dado o direito de fazer aquilo.Coizinhas simples, que toda criança gosta de fazer, tal como: Dar chutes e ponta pés nos demais, gritar, correr,e o mais importante, a capacidade que ela tem de subverter a ordem. A liberdade deles, era para mim tudo aquilo que eu queria ter.Pois na rua eu já tinha toda essa liberdade, coisa que as crianças da elite local não tinham. Mas onde eu gostaria de mostrar toda minha versatilidade de criança era em minha escola, que eu amava tanto. Em termos de flexibilidade eu tinha muito para ensinar aqueles ricaços. Acho que nessa área eu seria professor. Mas não...Alí eu era apenas um expectador. Era na escola que eu via o futuro. Acreditava que quando terminasse o grupo escolar, eu iria frequentar o ginasio, ai eu poderia fazer toda aquelas coisas, que só eles da elite, poderiam fazer.
Eu via pela televisão o movimento estudantil, e ficava sonhando poder um dia participar daquela loucura, que era subverter a ordem. Mas aquilo alí, era para outro tipo de estudante e eu ainda não tinha chegado lá. Será que um dia eu chegarei nesse nível... Ficava sonhando... Liberdade! Liberdade! Liberdade! Queria ser um estudante daqueles,
Que brigavam por alguma coisa, que eu não sabia bem o que era, mas brigavam! e o tempo passou... E eu fiquei com aquele sonho de uma criança revolucionária dentro de mim. Aos 11 anos terminei a 5º série, e o curso de dactilografia, do ensino primario. Nesse estágio o aluno deveria fazer uma espécie de vestibulinho, para ingressar na 1ª série do ginasial. Era esse meu sonho, pois está cursando o ginasio, significava que vc estava evoluindo em seus estudos, e quem sabe, poderia se tornar um daqueles estudantes revolucionarios que eu via pela televisão. Sempre fui esperto, quando se tratava de conseguir algo. E como o ginasio era pago, e filho de uma viuva tutelada por um cunhado que, embora tivesse posses, isso não estava em seus planos, no caso, educar seus sobrinhos,então como financiar meus estudos? A saida foi procurar alguém que entendesse o meu problema e podesse me ajudar. Foi o que fiz procurei uma pessoa muito influente na cidade, um excelente advogado,e pedi-lhe uma bolsa de estudos,integral para concluir meus estudos. Ele não me atendeu de pronto mais me indicou o Dr: Vicente diretor do ginasio. Não pensei duas vezes e saí dalí em disparada à casa do diretor.
Chegando lá, pedi-lhe para que me concedesse um minuto de sua atenção, e expus minha situação. O Diretor, que Deus o tenha, me foi muito prestativo e concedeu-me uma bolsa integral de estudos.
Bom, dizer aquí a minha alegria por poder estudar naquele ginasio daria um capítulo a parte. E para não tomar muito tempo do leitor, vou deixar essa parte para depois e tratar do que diz o título do artigo: Educação nova e tradicional.
Depois de tudo que escreví anteriormente o leitor já deve saber qual tipo de educação defendo. A nova claro! Porque ela coloca a criança como aquelas crianças que eu gostaria de ter sido.Com total liberdade na escola. Hoje as crianças tem mais liberdade. Acho que muita coisa devem ser feito, em termos de educação, mas aquela, em que somente o filho do rico tinha liberdade de expressão, nunca mais! Mesmo que a criança dê trabalho aos educadores, esse é o caminho. E dar trabalho, significa que você esta ganhando porque esta executando um trabalho. E que trabalho! Mas no final vale a pena.