sábado, 2 de janeiro de 2010

Lula o filho do Brasil

Ano novo nova década

Dois mil e dez chegou e nem por isso o mundo acabou. Renovamos nossas esperanças como fazemos sempre a cada ano que se inicia. O bendito otimismo que contamina a todos, pelo menos nessa época é permitido. Depois vem o dia seguinte, os próximos dias e vamos aos poucos retirando nossas vendas e a realidade começa a aparece, já não estamos mais nas nuvens e com os pés no chão é hora de enfrentar os desafios da vida e procurar, na medida do possível, por em prática nossos sonhos de ano novo. O ano promete ser de emoções fortes, temos a Copa do mundo e as eleições para que o povo possa exercer sua cidadania e curtir o que mais ama que é o futebol. Não que o exercício da cidadania só possa ser exercido nessa época, esse é um processo constante e quanto mais o cidadão é atuante, mais ele terá condições de escolher melhor seus representantes.

O odeio política deve ser substituído por amo política, pois se eu odeio, vou dar chance aqueles que dizem amar política quando na verdade usam a política para enganar o povo e enriquecer a si e aos seus amigos. Só poderemos por fim a essa roubalheira quando o povo perceber que eleição é coisa séria e que ele também é responsável por tudo de bom ou ruim que possa acontecer em seu país. Seu voto deve ser a sua arma contra esses enganadores do povo. Vender o voto ou trocar por favores é legitimar tudo de errado que aí está. Pode até parecer, lugar comum, mas quem vende seu voto não vale o que recebe. Dizem que política religião e futebol na se discute. Pergunto onde está escrito isso? Qual é a lei que proíbe discussões de qualquer natureza? Claro que você tem todo direito de não querer discutir isso ou aquilo, mas não têm o direito de proibir o cidadão de exercer sua cidadania alertando ou orientando seus compatriotas sobre aquilo que acredita.

Um povo politizado não diz que odeia política procura saber o que está acontecendo em seu município, estado e no país, ele sabe quem é quem e você que é honesto deve tomar muito cuidado na hora de dar seu voto, pois são justamente esses que não tendo argumentos para contrapor o seu oponente diz odiar política, e quando vota em alguém que depois se sabe está usando mal o seu voto arrepende-se e continua ainda mais afirmando que odeia política. Dizer que todo política é igual não é um bom argumento, pois assim como não temos o direito de incriminar todo moto-boy só por que teve um que matou e estuprou também não podemos dizer que todo político é ladrão só por que existem, infelizmente, políticos dessa natureza.

Esse é um ano de grandes perspectivas para todos nós. Muitos concursos pela frente, eleições, que é quando os administradores ficam bonzinhos tentando comprar a consciência do eleitor, porém a política é uma arte, e se é para fazer algo pelo povo, onde está o crime? Patrões, empregados, lideranças religiosas, lideres sindicais, políticos, todos terão seus candidatos e também querem influir nas decisões. Todos nós estamos preocupados em quem vai nos governar até a próxima copa de dois mil e catorze, pois em dois mil e dezesseis temos as olimpíadas no Brasil. E até lá se na houver um retrocesso nosso país será outro, tenho esperança e torço por isso.



Francisco Gonçalves de Oliveira

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

As mulheres e as baratas

Eram duas ameaçadoras baratas. Não muito grandes, nem muito pequenas, eram duas medianas baratas, mas ameaçavam uma linda e frágil mulher, e homem que se preze não aceita em hipótese alguma que uma mulher seja ameaçada, se isso é machismo eu não sei. O fato é que fui designado para por fim aquelas terríveis criaturas que ameaçavam uma linda e indefesa mulher. As baratinhas ameaçadoras ainda não tinham adquirido o aspecto completo de uma barata. Para ter certeza que elas eram realmente baratas, tive que fazer uma rápida investigação, com um olhar de soslaio... Constatado que estava realmente diante de duas baratas e que tais animais não se encontravam ali para serem examinadas e sim, para uma luta, contive-me para não rir, pois a cena era hilariante! Duas baratas que nem ainda haviam conquistado seu direito de baratatear por lugares nunca dantes navegados, querendo enfrentar um homem forte e destemido, e que não costuma fugir de briga.

Haviam saído de dentro de uma caixa, em que estavam camufladas, não eram daquelas amarelas que provocam ainda mais medo às mulheres, eram baratas adolescentes e incompreensíveis, como é todo adolescente. Tive que dar algumas batidas no fundo da caixa para que elas pudessem precipitar-se para o solo. O fato de minha presença nessa história não te sido agradável, foi eu ter retirado-as de seus esconderijos. Essa minha suspeita logo me foi confirmada, pela forma como as duas me encararam. De antenas inclinadas para frente, as duas me desafiavam. Vendo aquelas criaturas prontas para o ataque, e não encontrando alternativa a não ser enfrentar as terríveis criaturas kafkanianas, posicionei-me esperando o ataque.

A maior, provavelmente a mais velha, estava um pouco à frente da menor. Notei que Elas não ficavam lado a lado, a menor, sempre facilitando, para que a maior assumisse a linha de frente em posição de ataque, seria ela a comandante dessa luta... Não sei. Talvez isso fosse uma forma de proteger sua irmãzinha ou sua fêmea, Esses detalhes deram-me base para deduzir que elas não tinham experiências de guerra, pois em uma guerra sempre o mais fraco, ou seja, o soldado é o primeiro a ser abatido. A elite militar fica no comando age mais nos bastidores, só assumindo a linha de frente quando em extrema necessidade, como ocorre em uma partida de xadrez, e acredito que no mundo das baratas a barata mor, deve ser mesmo mor barato! Tal atitude as desfavoreciam, embora isso não tenha a menor importância já que aquele conflito fora criado por uma situação muito peculiar, ou seja, o medo ou nojo, que as mulheres sentem desse animal. Particularmente Não vejo nenhuma ameaça a humanidade, através das baratas, mesmo elas sendo super resistentes a uma guerra nuclear. Mas o fato é que as mulheres fogem delas como o diabo foge da cruz! Quanto à entomofobia das mulheres é bom que nós, os homens nos preparemos para enfrentar o rigoroso verão e suas ameaçadoras baratas. Enquanto houver verdadeiros “gentleman” na face da terra, nossas indefesas mulheres estarão salvas desses monstros! Pois nos dias atuais homem que não matar baratas fica fora da competição. Porém se você não se inclui nessa categoria de homens não se preocupe, pois até o grande lutador de Artes Marciais Bruce Lee era entomófobo.

Vamos ao desfecho da história:

A barata número um, a maior de antenas inclinadas, veio em minha direção e desferiu-me um golpe possante, uma legítima voadora chinesa, tentando atingir-me no rosto. Mas, com a velocidade de um raio desviei-me da sanha assassina de minha adversária, com uma só tapa. Ao ver aquele animal ferido e caído ao chão, não tive dúvidas em liquidá-lo com o pé, temendo sofrer um novo ataque. Restou apenas a última, indefesa e frágil criatura das trevas para dar prosseguimento àquela obscura batalha entre um homem e um inseto. Primeiro quero confessar aqui que sou avesso a matar qualquer tipo de animal O que me coloca em situação delicada diante das mulheres, e a morte daquele pequeno animal provocada por mim deixou-me deveras triste, naquele momento eu já não era mais o mesmo, triste e abatido sentimentalmente, olhei para aquele pequeno combatente, procurando encontrar algum sinal de clemência, para por fim aquela batalha. Quem sabe uma incrível renúncia daquela linda mulher em acabar com a vida das baratas... Tudo é possível! Mas, fiquei feliz, ao constatar claramente, o que já esperava, que ela se rendesse para consagrar-lhe a vitória. Quão foi minha surpresa Quando vi duas pequenas manchas brancas em volta de seus pequeninos olhos, que para mim, eram como se fossem duas cristalinas lágrimas sentidas de dor e tristeza, a pedir socorro e poder sair viva dessa quixotesca batalha. Será que um dia teremos paz entre homens, mulheres e baratas...

Francisco Gonçalves de Oliveira