COLA – TUDO
Flora Figueiredo.
Encontrei um verso fraturado
Caído na esquina da rua do lado
Tinha se perdido de um coração saudoso
Que passava por ali, desiludido.
Coloquei-o de pé
Emendei seus pedaços.
Refiz suas linhas
Retoquei seus traços
Afaguei suas dores como se fossem minhas.
Agora, novamente estruturado.
Espero que ele não olhe para trás
E não misture sonhos
Com amargas falências do passado;
Que saiba enfeitar a estrela lá na frente
Com fartos laços de rima colorida.
...pois é para o futuro que caminham.
Todos os passos apressado desta vida.
Um soneto para Isabella
Em palavras e atos tropecei
Mas que sei eu...
Só sei que nada sei.
Do sexto andar ninguém arrefeceu
Dirá o assassino, eu matei?
Nunca saberemos o que lá aconteceu
Se não houver confissão, eu errei.
A verdade é que Isabella ali morreu
No jardim entre flores derramei
A última lágrima de um errante fariseu
Será que serei pego pela lei...
Não! Nem nunca será num país como o seu.
Onde quem tem dinheiro é Rei.
Protegido por um príncipe asmodeu.
Francisco Gonçalves de Oliveira
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
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