terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O casamento do velho

27/1/2010
O Casamento do Velho

O casamento do velho



Desde que o todo poderoso senhor dos exércitos, o Deus de Abraão Isaac e Jacó, expulsou aquele casal avançadinho do paraíso castigando-os de maneira exemplar, que o homem procura uma maneira de amenizar aquele castigo. Transformando-o em castigo do bem, uma forma de fazer com que ele possa viver melhor, acho que ali começava o tradicional jeitinho brasileiro. Quando Adão foi enganado por Eva com aquela conversa de comer um pedaço de maçã, ele adquiriu a ansiedade e a mulher a malicia e a curiosidade. Até aquele momento o solitário casal não havia percebido que maravilha Deus havia colocado ao lado deles, mas a bendita arte de fofocar, muito peculiar entre as mulheres, arrancou-os daquele marasmo, aquela monotonia paradisíaca, para uma vida mais prazerosa! Embora suada para muitos, estimulante para outros, pois daquele momento em diante o homem procura uma maneira de transformar aquele prazer libidinoso em custo zero.

Aquelas palavras da serpente de que Deus o proibia de comer daquele fruto, por que ele não queria dividir o seu poder, o incitava cada vez mais a imitá-lo. Bem, agora já havia experimentado do fruto proibido, e o segredo dá caixinha de pandora, do mito grego fora revelado e o segredo de que os males do mundo provinha da mulher, não mais pertencia somente a Deus e sim a humanidade que ele mesmo criara. E se Deus permitiu que isso acontecesse, foi para que ele fizesse a vontade do seu pai. Ter filhos... Construir uma numerosa família e povoar a terra... Isso aconteceu, por que Deus desejou que o homem se igualasse a ele, pensou Adão, em seu momento de reflexão no paraíso. Crescei e multiplicai! É isso que devemos fazer multiplicar. Embora não haja mais a proliferação de Judeus, como a que ocorreu no Egito, eles procuram fielmente cumprir, o que Deus lhes prometeu, ou seja, ser o povo eleito, e não serem eliminados da terra.

Mas, mesmo que essa promessa tenha sido feita, apenas a esse povo, não impede que todos os homens, também desejem viver nababescamente, de acordo com as condições, e a sorte de cada um. E foi o que aconteceu com o Zé Inácio. Arranjou uma moça e se amigou, levando para morar na casa do seu pai, que já passava dos noventa. Ele com 32 anos e ela com 25, viviam muito bem à custa do velho, sem precisar pregar um prego em barra de sabão, mas Zé Inácio não achava que estava totalmente como ele queria, precisava de segurança, e o pai muito doente, e agravado pela idade, poderia morrer a qualquer momento, e toda aquela moleza iria se acabar. Zé Inácio então resolveu casar o seu pai com sua companheira para segurar a aposentadoria do velho. É claro que sua companheira não gostou muito da idéia, mas sobre espontânea e legítima pressão aceitou. Com uma ressalva de Zé Inácio: Se sumir com o aposento de pai, morre!

Francisco Gonçalves de Oliveira

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