terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A viagem parte quatro

19/2/2008
A viagem final



quatro

A viagem



Já houve manifestações sobre meu texto de “A viagem”. Mais uma vez peço vênia ao leitor para narrar os fatos com liberdade. Publicarei sempre que achar que o texto apresenta algum conteúdo. Mesmo sabendo que editores também são os leitores. Sei que o que leva alguém a ler não é a crítica ou indicações, sejam elas quais forem, é simplesmente a curiosidade. É por querer saber o que ele tem pra contar. Quer saber o ávido leitor, é se sou ou não bom na nobre arte de argumentar, e não se o que conto é ou não verdadeiro, até porque não dizem que, quem conta um conto aumenta um ponto? E como sei que nosso povo é muito curioso, me aventuro pelo campo das letras. Assim sendo o escritor brasileiro, mesmo um aprendiz como eu, terá garantido sempre seu espaço. Na primeira parte eu disse que continuaria a história e o fiz dando prosseguimento na segunda parte. Quando falei dos maravilhosos seios da ninfa dos lábios de mel, será que devo narrar tudo novamente? Não, por enquanto chega de peitos! Na terceira parte pedi vênia para digressionar, e o fiz quando narrei meus devaneios em relação a uma pretérita época que se foi.

Agora nessa quarta e última parte de minha epopéia pelo ceará, quero concluir com chave de ouro, e se não der ouro ficarei satisfeito com bronze mesmo. Tentei esconder do leitor, esse texto, o máximo possível, resistí até aquí. Mas traído pela vaidade resolví publicá-lo. Mesmo sem saber ainda qual seja esse tal fim. Pois diz o manual de “processo de criação literária” que tudo deve estar de conformidade com o fim. É ele o foco narrativo. O fim pede justificativa, é dele que você está falando, o sujeito é o fim. Um escritor pode não conhecer os meios, de chegar ao fim, porem ele não pode é ignorar o desfecho. Alguns logo no intróito já adiantam o seu final. Como quem queira dizer: Atenção leitor é disso que eu vou falar.

Mas quero dizer ao leitor que tenha um pouco mais de paciência, pois já decidí que vou encerrar, para dar coerência, não ao texto, mas a mim que não consigo deixar meus leitores esperando. É, meus ilustres leitores, tenho sim uma legião de leitores, todos ávidos para lerem o que escrevo. Tenho um amigo que sempre me diz que o salvei, pois antes de me conhecer se achava o pior escritor do mundo, e que eu o estimulara a escrever, e o mais importante, e que me deixa feliz, não é ele achar que sou ruim como escritor, e sim saber que ainda existe alguém com tempo suficiente para, não só ler o que escrevo, como também estudá-lo e tentar entender.

Apenas para concluir, quando chegamos a Barbalha o ônibus parou em frente de uma venda, e dois homens um ao lado do outro, com roupas do tempo do cangaço, chapéu de couro, perneiras, e gibão. Conversavam tranquilamente até serem desacatados por alguns rapazes que viajavam no mesmo ônibus que nós. Isso do lado direito do ônibus, pois do lado oposto um senhor muito bem vestido falava gesticulando como se estivesse brigando com um rapaz, que o ouvia passivamente. Minha mulher até arriscou um palpite dizendo que deveria ser algum político em campanha. Mas que político que nada! Era um senhor com problemas mentais que tinha o apelido de “macaúba” uma fruta muito abundante na região do cariri. Quando os rapazes que vinham no ônibus com a gente descobriram porque ele estava bravo, coitado do homem. Aí foi que eu descobri que estava deveras no ceará, lugar em que perde-se o amigo, porém a piada nunca!





Francisco Gonçalves de Oliveira

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