terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O escritor

20/4/2007
O ESCRITOR

O escritor



Um amigo me perguntou se eu era escritor. Disse-lhe que escritor eu era, porem nem tudo que escrevia era necessariamente de minha autoria. Escritor é aquele que escreve, portanto: Todo aquele que escreve com a intenção de tornar público seus escritos podemos chamá-lo de escritor. Muitas vezes escrevemos várias páginas, sem ter-mos escrito nada de nossa autoria. É o chamado narrador. Encontramos em alguns textos muitas citações de outros, é quando dizemos segundo fulano ou sicrano estamos nos utilizando de outros autores para produzir o nosso texto. E se não mos fizer isso demonstramos que não temos cultura.

Quando citamos clássicos, ou cânones de determinada área, estamos mostrando nossa cultura. Hoje ficou fácil ser escritor, nesse texto que estou escrevendo o computador já me avisou por diversas vezes que errei a grafia e até mesmo erros de concordâncias e regências. Embora eu em muitas vezes discorde dele, então quando isso acontece, simplesmente peço para ignorar a sentença. O grande mestre do nosso humor literário, Millor Fernandes, costuma dizer mui sabiamente que a cultura é um roubo. Quem duvida que não, é porque não a tem.

Eu nunca fiz uma viagem longa de trem, mas aprendi a viajar de trem com um amigo já falecido: O padre Antônio Vieira, o de Várzea alegre não o português. As imagens passadas ao leitor, por padre Vieira são como se você estivesse dentro de um trem. Vivendo toda emoção de um jovem seminarista que viaja de fortaleza ao cariri, percorrendo todo o sertão do ceará. Mas para mim que lá nasci essas imagens sã muito familiares, pois se não viajei de trem, foi através do famigerado mixto do totô que fazia a linha de fortaleza à Várzea Alegre, que vivenciei tudo isso.

O mixto passava pelo Icó vindo de fortaleza, à noite e eu minha mãe e minha irmã ficávamos-mos a sua espera no posto fiscal. A imagem que trago em minha mente desses acontecimentos é de puro sofrimento, quando chagávamos em Várzea Alegre era só o pó!

Mas totô, com seu mixto velho progrediu, e comprou ônibus dando com isso um pouco mais de conforto aos seus passageiros e dando inicio a uma das maiores empresas de transporte de passageiros do ceará, a " viação várzealegrense. E quando eu ia de Icó a Várzea alegre, de ônibus podia ver tudo que padre Vieira via pela janela do trem, que Pablo Neruda viu em seu: “ Confesso que vivi, “ Que Jorge amado viu em sua Bahia amada...O escritor é também um viajante, e viajando nas asas da imaginação, possibilita que você leitor, também possa fazer essa viagem com ele. Viu como é fácil ser um escritor? O difícil agora é encontrar leitor!

Francisco Gonçalves de Oliveira

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