Capitalismo

3/3/2007
Capitalismo

MINHAS REFLEXÕES





Gosto de ver a reação das pessoas em relação a mim. Observo atentamente, porem um pouco dissimulado para deixá-lo mais à vontade. Lembro-me de um caso que me ocorreu há muito tempo. Trabalhei em uma firma que dificilmente você conseguiria executar uma tarefa sem sujar-se. E o interessante é que quem faz esse tipo de serviço costuma andar sempre sujo para dar aquela impressão de homem trabalhador e responsável! E era assim que eu estava quando encontrei esse amigo. Estava saboreando um delicioso risólis e começamos a conversar, tenho o hábito de mesmo sabendo que estou provocando um mal estar em meu interlocutor, seguir meu discurso para testar a sua paciência. Acho que isso é próprio de todo educador, provocar. Acabei de degustar o meu saboroso risólis, peguei o guardanapo, que envolvia tal iguaria, procurei uma lixeira mais próximo de mim e livrei-me de tal incomodo. Esse meu amigo olhou-me satisfeito com minha atitude, pois era um homem educado e vendo em mim uma pessoa simples, suja, pobre, para seus padrões de comportamento, essa ação só seria possível em seu meio. Percebi a distinção abservada por ele, mas guardei-a para mim.

Estava pensando nesse acontecimento, quando vejo ao meu lado um mendigo. Era um homem ainda novo, devia está na faixa dos trinta. Notei que ele apresentava alguma dificuldade no andar, mas tinha braços fortes, e uma boa altura. Não me pareceu que sofresse de algo grave em sua visão. Vamos dizer que ele tinha uma boa visão. Se era ou não alfabetizado eu não sei. Pois muitos dos que moram na rua são alfabetizados e em muitas vezes até graduados. Recentemente tivemos noticia de um vereador que após ser assaltado teve amnésia e ficou vagando juntamente com moradores de rua. Bom o homem era, vamos dizer quase que inteiro, diria que ele tivesse uns 70% de sua capacidade física. E continuei com minhas conjecturas, pensei no capitalismo selvagem que leva milhares de cidadões, a miséria absoluta. Mas sei que hoje não há mais esse tipo de pensamente, muito em voga durante todos os séculos dezenove e vinte.

Falam-se muito em dar trabalhos para os presidiários, acho isso uma excelente idéia. Mas se o mundo se curva a social democracia, aquela em que o trabalhador não precisa mais brigar com o patrão, e sim negociar com ele através de diálogos em que ambos saiam convencidos de que querem realmente o melhor para os dois lados. Porque esses empresários tidos como progressistas não tentam arregimentar esses homens e mulheres que estão por aí sem nenhuma perspectiva de vida, a vagar pelas ruas das grandes cidades? Esse cidadão que encontrei na rua, tem muito a oferecer a quem possa interessar. Talvez ele nem saiba que ainda tem dois braços fortes para produzir riquezas para seu país. É preciso que a exemplo de muitos empresários que dão oportunidades a pessoas com alguma deficiência física ou mental, também reconheçam nesses moradores de rua algum potencial. Quando esses empresários descobrirem que podem, assim como reciclam objetos, também reciclarem seres humano, acredito que haverá uma verdadeira revolução de valores.







Francisco Gonçalves de oliveira