terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dia dos pais

Dia dos pais



Andei pesquisando sobre o dia dos pais. Queria encontrar algum gancho para iniciar essa crônica. Mas o material encontrado não me foi suficiente para dizer o que eu queria dizer nesse dia. O motivo de minha pesquisa foi eu não ter conhecido meu pai. Queria saber dos entendidos no assunto, alguma coisa nova sobre esse dia. Mas descobri que a única coisa nova que poderia ter sobre o dia dos pais, não viria dos trabalhos já existentes sobre o assunto e sim de mim mesmo que embora não tenha conhecido meu pai pessoalmente, tive através de minha mãe o retrato falado, e afixado em minha mente sobre, como era meu pai.

Sob a ótica da minha mãe meu pai era um homem perfeito: Bonito, íntegro, bom, educado, carinhoso, em suma, um verdadeiro “cavalheiro.” E foi com um pai, com essas características, que pautei minha vida. Amanhã é o dia dos pais sei que minhas filhas farão alguma homenagem para mim. Onde trabalho existe crianças órfãs de pais vivos. O que é ainda pior. Muitas mães transmitem aos seus filhos, uma imagem de pai, sempre de acordo com o relacionamento que tiveram. Já que eles, não estão presentes para defenderem-se, vale para os filhos o que elas dizem sobre seus pais.

Isso para mim não é bom, pois se pode construir uma imagem de alguém que irá influenciar o filho pelo resto da vida que seja construída uma boa imagem. Vejo que muitas crianças que não tem pai procuram fazer alguma imagem dele. Seja porque morreu, ou resolveu por algum motivo abandonar seus filhos, o pai também sofre a ausência do filho. Embora eu tenha sido criado cercado de mimos, por ter perdido meu pai ainda quando criança, um ano, isso não impedia que eu colocasse essa condição de órfã para justificar alguma coisa que eu queria e que por algum motivo não podiam me dar.

- É se eu tivesse pai ele me daria isso... Dizia eu fazendo beicinho para chantagear.

E logo voltava a mente da minha mãe e do meu tio aquele fatídico dia em que meu pai foi barbaramente assassinado por um delinqüente, baixando sobre o teto, uma tristeza banhada em lágrimas, que não sei de onde vinha tanta, dessa pobre mulher que soube, mesmo tendo ficado apenas cinco anos casada, dar aos filhos a imagem de um pai herói.

Como não tive um modelo de pai, penso muitas vezes que não estou agindo como um verdadeiro pai. Mas também comparando eu pai, com outros pais pode dizer que pai é pai, esteja ele presente ou ausente. Não há pai melhor e nem pior, mesmo que algumas mulheres não consigam entender.







Francisco Gonçalves de Oliveira

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