terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ausência

28/5/2006
Falando sobre Atire a primeira pedra



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Atire a primeira pedra

Atire a primeira pedra



Atire a primeira pedra quem nunca chorou de tristeza ou de saudade!

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu perdido, quem nunca duvidou, quem nunca se entregou ao cansaço e ao desânimo!

Atire a primeira pedra quem nunca amou nem que fosse um bocadinho e que não se decepcionou...

Quem nunca tentou segurar uma lágrima que teimou em descer, quem nunca sentiu vergonha, quem nunca sentiu piedade de si e, fechado num quarto, queria que o mundo parasse de girar.

Atire a primeira pedra quem nunca desejou esquecer algo que sabe perfeitamente que o coração não vai se esquecer.

Quem nunca se sentiu magoado, quem nunca teve os olhos brilhando, quem nunca sonhou com uma vida perfeita e quem nunca errou; quem nunca começou algo que não terminou, quem nunca se arrependeu.

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu diferente, se sentiu bonito e se sentiu feio, orgulhoso ou arrasado. Quem nunca se amou e quem nunca se detestou.

Atire a primeira pedra quem nunca esperou, quem nunca teve medo de perder; quem nunca teve o sentimento de não poder se levantar depois de uma queda, mas que acabou descobrindo que isso é bobagem, pois a gente se levanta sempre.

Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu carente, quem nunca pensou na mãe e quem nunca desejou ter colo, mesmo depois de grande...

Quem nunca teve medo de morrer quando estava doente e que se esqueceu quando ficou bom o quanto a vida é valiosa.

Agora... Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu feliz, quem nunca riu, quem nunca brincou, quem nunca cantou, quem nunca teve coração acelerado e se emocionou.

Tenho certeza que pedras caem uma a uma e a minha é a primeira delas...

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Ausência

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

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